sexta-feira, 1 de junho de 2012

LEGISLAÇÃO FISCAL X CARGA TRIBUTÁRIA = VONTADE POLÍTICA



A organização de uma sociedade se faz através do Estado Democrático de Direito. Para que ele seja fortalecido, é necessário que os cidadãos paguem tributos para fazer frente às despesas públicas necessárias à sua manutenção.

Na Constituição do Brasil, dentre os poderes que lhe são concedidos está o “Poder Impositivo de Tributação”, e para evitar arbitrariedades e abusos do fisco a Constituição limitou o poder de exigir tributos, conforme as regras (chamadas de princípios), inseridas nos artigos 150 a 152: princípio da legalidade; da igualdade tributária; da irretroatividade tributária; da anterioridade; do não confisco; que prevê as imunidades: jornais, revistas, templos, partidos políticos.

Portanto, nossa Constituição e nossas leis, são boas e garantistas, sendo desnecessário grandes mudanças estruturais. O que é ruim, é a política dos governos em aumentar cada vez mais a carga tributária e a prática de abusos, como a edição de leis contrarias às regras constitucionais.

O governo tem todas as ferramentas da simplificar a legislação tributária, bem como, para reduzir a carga tributária, hoje em torno de 36%, e que está batendo recordes e mais recordes de arrecadação, segundo é divulgado amplamente na mídia.

Prova disso é que o Governo anunciou no dia 03/04/2012 um pacote de R$ 60,4 bilhões para a produção (conferir “O Estado de São Paulo “de 04.04.2012). Outro exemplo é a postura do governo em sucessivas mudanças nas alíquotas de tributos de IPI para estimular a economia, segundo foi amplamente divulgado na mídia, entre ontem e a data de hoje.

A alta carga tributaria no Brasil não só retira a competitividade das empresas como também é injusta para com os brasileiros menos remunerados.

Em pesquisa feita pelo INSTITUTO BRASILEIRO DE PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO em 2010, cada contribuinte precisa trabalhar 148 dias no ano, ou seja, até o dia 28 de maio de cada ano, apenas para pagar suas obrigações tributárias.

Dentre os contribuintes com renda mensal entre R$ 3 mil a R$ 10 mil, a mordida equivale a 42,95% da renda mensal média, que equivale a 157 dias no ano, enquanto que para as rendas até R$ 3 mil, a carga tributária é de 38,48% ou 142 dias e acima de 10 mil, os impostos levam 41,63% ou 152 dias.

Ainda segundo o estudo, os tributos que incidem sobre patrimônio, renda, e consumo de pessoas físicas, engoliram em 2010, o importe de 40,54% da renda total, sendo a classe média, quem mais consome, a mais afetada pela alta tributação.

No cenário internacional, o Brasil, dentre os emergentes, é o dono da maior carga tributária e tem números próximos a países com altos índices de qualidade de vida como França e Austrália.

A redução da carga tributária, com a consequente ampliação da base tributável; a simplificação da legislação fiscal, mormente  com relação às obrigações acessórias; a flexibilização da ultrapassada legislação trabalhista e um incentivo sério às exportações mediante total desoneração fiscal, proporcionando linhas de crédito para este tipo específico de operação, são fundamentais para resolver a maioria de nossos problemas. Basta “vontade política e atitude séria”, sem a necessidade de grandes reformas.

Na verdade, o caminho é conhecido, mas falta o que dissemos acima: “vontade politica”. 

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