quinta-feira, 28 de agosto de 2014

CRÔNICA – TOLERÂNCIA X PASSIVIDADE


O mundo de hoje, tal qual o conhecemos, isto é, globalizado e complexo, torna a convivência em sociedade cada vez mais delicada.

A evolução das coisas tem ocorrido em ritmo alucinante, principalmente pelo amplo acesso à informação.

Aliado a tudo isso, as mais diferentes classes sociais e culturais estão tendo acesso a bens de consumo como nunca visto antes, mesmo com as desigualdades ainda existentes nos países pobres e em desenvolvimento.

É comum nos dias atuais a presença da “diversidade” em todos os lugares. Nos Shoppings, nas Escolas, nos Hotéis, nos Restaurantes, nos Clubes, nos destinos turísticos, nas Ruas.

O desafio, portanto, é saber lidar com situações que serão cada vez mais comuns de se deparar em nossa vida cotidiana. Pode parecer simples, mas não é.

Os conflitos podem decorrer entre gerações; pode ser de ordem cultural; por questões religiosas; em razão da orientação sexual das pessoas; entre classes sociais, dentre outras espécies de diversidade.

Seja de um lado ou de outro, os esforços tem de ser recíproco para que possamos construir uma vida melhor.

É aqui o ponto fulcral deste post.

Antes, porém, abro um parêntese para deixar claro a grande diferença existente entre “tolerância” e “passividade”, cujos significados muitas vezes são confundidos.

A “passividade nada mais é do que a inércia ou a omissão completa. É aquela situação que a pessoa cruza os braços, mesmo diante de uma situação que lhe prejudique. Assim, a pessoa opta pela passividade, deixando de lado o problema, fazendo vistas grossas ou ainda, fingindo que não viu. Um exemplo simples é aquela situação em que o vizinho para o carro em frente à garagem, mas mesmo assim, a pessoa se mantém inerte e se comporta como se nada tivesse ocorrido.

A “tolerância”, diferentemente, significa compreender e respeitar certas situações, o que não implica numa aprovação. É o que podemos chamar de “tolerância social”.

Entretanto, minha proposta é a de exercer a “tolerância assertiva”, caso contrário a “tolerância social” pode se transformar numa “passividade”, ou no mínimo ser confundida com a inércia.

Como seria então a “tolerância assertiva”? Dentro do mesmo exemplo acima, ou seja, do vizinho que estacionou o carro em frente à garagem, a tolerância assertiva seria a conduta da pessoa de se dirigir até o vizinho “mal educado” e solicitar de forma civilizada, mas firme, a retirada do veículo do local proibido.

Desta forma, penso que a melhor forma de se lidar com a diversidade é adotar a conduta da “tolerância” propriamente dita, mas quando a situação invade seu espaço ou o seus direitos, tem lugar a “tolerância assertiva” no grau e na intensidade que o momento exigir.

Acredito que no mundo de hoje, a “tolerância assertiva” é a melhor forma de lidar com situações muitas vezes inesperadas pela convivência com a diversidade cada vez mais comum entre as pessoas.

Também acredito que na grande maioria das vezes a “tolerância assertiva“ seja eficaz, desde que exercida com firmeza, mas de forma civilizada e elegante.

E quando a “tolerância assertiva” não funcionar? Bem, haverá conflitos e a instalação de impasses, como sempre existiram.

Dependendo da gravidade, somente se resolve juridicamente, ou até mesmo com a comunicação do problema às autoridades de fiscalização, para os  casos de menor importância (exemplo: chamar a policia de trânsito no caso do carro estacionado em frente a garagem).

Não estou considerando aqui situações excepcionais em que o indivíduo lança mão da força física para se defender de agressões.

Portanto, a vida em sociedade é inevitável. As “ilhas” se segregação de classes sociais estão em extinção, de modo que se adequar a realidade da vida moderna é uma necessidade e a melhor maneira é através da “tolerância social” e da “tolerância assertiva”.

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