O mundo de hoje, tal qual
o conhecemos, isto é, globalizado e complexo, torna a convivência em sociedade
cada vez mais delicada.
A evolução das coisas tem
ocorrido em ritmo alucinante, principalmente pelo amplo acesso à informação.
Aliado a tudo isso, as
mais diferentes classes sociais e culturais estão tendo acesso a bens de
consumo como nunca visto antes, mesmo com as desigualdades ainda existentes nos
países pobres e em desenvolvimento.
É comum nos dias atuais a presença
da “diversidade” em todos os lugares. Nos Shoppings, nas Escolas, nos Hotéis,
nos Restaurantes, nos Clubes, nos destinos turísticos, nas Ruas.
O desafio, portanto, é
saber lidar com situações que serão cada vez mais comuns de se deparar em nossa
vida cotidiana. Pode parecer simples, mas não é.
Os conflitos podem
decorrer entre gerações; pode ser de ordem cultural; por questões religiosas; em
razão da orientação sexual das pessoas; entre classes sociais, dentre outras
espécies de diversidade.
Seja de um lado ou de
outro, os esforços tem de ser recíproco para que possamos construir uma vida
melhor.
É aqui o ponto fulcral
deste post.
Antes, porém, abro um
parêntese para deixar claro a grande diferença existente entre “tolerância” e
“passividade”, cujos significados muitas vezes são confundidos.
A “passividade nada mais é
do que a inércia ou a omissão completa. É aquela situação que a pessoa cruza os
braços, mesmo diante de uma situação que lhe prejudique. Assim, a pessoa opta
pela passividade, deixando de lado o problema, fazendo vistas grossas ou ainda,
fingindo que não viu. Um exemplo simples é aquela situação em que o vizinho
para o carro em frente à garagem, mas mesmo assim, a pessoa se mantém inerte e
se comporta como se nada tivesse ocorrido.
A “tolerância”,
diferentemente, significa compreender e respeitar certas situações, o que não
implica numa aprovação. É o que podemos chamar de “tolerância social”.
Entretanto, minha proposta
é a de exercer a “tolerância assertiva”, caso contrário a “tolerância social” pode
se transformar numa “passividade”, ou no mínimo ser confundida com a inércia.
Como seria então a
“tolerância assertiva”? Dentro do mesmo exemplo acima, ou seja, do vizinho que
estacionou o carro em frente à garagem, a tolerância assertiva seria a conduta da
pessoa de se dirigir até o vizinho “mal educado” e solicitar de forma
civilizada, mas firme, a retirada do veículo do local proibido.
Desta forma, penso que a
melhor forma de se lidar com a diversidade é adotar a conduta da “tolerância”
propriamente dita, mas quando a situação invade seu espaço ou o seus direitos,
tem lugar a “tolerância assertiva” no grau e na intensidade que o momento
exigir.
Acredito que no mundo de
hoje, a “tolerância assertiva” é a melhor forma de lidar com situações muitas
vezes inesperadas pela convivência com a diversidade cada vez mais comum entre
as pessoas.
Também acredito que na
grande maioria das vezes a “tolerância assertiva“ seja eficaz, desde que
exercida com firmeza, mas de forma civilizada e elegante.
E quando a “tolerância
assertiva” não funcionar? Bem, haverá conflitos e a instalação de impasses,
como sempre existiram.
Dependendo da gravidade,
somente se resolve juridicamente, ou até mesmo com a comunicação do problema às
autoridades de fiscalização, para os
casos de menor importância (exemplo: chamar a policia de trânsito no
caso do carro estacionado em frente a garagem).
Não estou considerando
aqui situações excepcionais em que o indivíduo lança mão da força física para
se defender de agressões.
Portanto, a vida em
sociedade é inevitável. As “ilhas” se segregação de classes sociais estão em
extinção, de modo que se adequar a realidade da vida moderna é uma necessidade
e a melhor maneira é através da “tolerância social” e da “tolerância
assertiva”.