segunda-feira, 30 de julho de 2012

VISUAL – CARAVAGGIO – EXPOSIÇÃO NO BRASIL


O MASP, em São Paulo, traz a mostra “CARAVAGGIO E SEUS SEGUIDORES” de hoje até 30.09.2012.

É uma oportunidade ímpar para os amantes da arte.

A pintura de CARAVAGGIO (1571 a 1610), um dos maiores pintores do meio do século 17, tem como características a violência, o drama, o erotismo, e pela a técnica do claro-escuro, através da qual ele coloca um fecho de luz forte e direto sobre as figuras do tema em primeiro plano.

A primeira vez que as obras de CARAVAGGIO esteve no Brasil foi no IV Centenário de São Paulo, em 1954, onde a cidade recebeu três pinturas. Depois, em 1998 somente duas telas vieram ao Brasil, em exposição no MASP (Narciso e os Trapaceiros).

Nesta exposição, o MASP exporá sete obras, dentre elas: São Gerônimo que Escreve; São Francisco em Meditação; e principalmente Retrato Cardeal (1599/1600) e a recente famosa Medusa (1597), ambas de colecionador privado.

O destaque dessa exposição são duas obras recentemente creditadas a CARAVAGGIO, (Retrato de Cardeal e Medusa, esta em 2011) cujas revisões de autoria são constantes na história da arte, principalmente nos dias de hoje, com tecnologia de ponta com o uso de Raio X e de infravermelho.

Como existem duas telas de propriedade particular e recentemente reconhecidas como de CARAVAGGIO (são 70 obras conhecidas no mundo inteiro até agora), provavelmente é uma oportunidade única para se ver as obras, já que as telas não se encontram em museus da Europa, mas apenas eventualmente em exposições itinerantes como esta do Brasil, no MASP.

Além das obras de CARAVAGGIO, estarão expostas outras 15 pinturas de seguidores contemporâneos, de gerações distintas, de origens espanhola, flamenca, italiana e francesa.

Vale a pena a visita (custo do ingresso R$ 15,00).

quarta-feira, 25 de julho de 2012

FILME – A VIDA DE SÃO VICENTE DE PAULO


São Vicente de Paulo (1581 a 1660) é um dos Santos mais expressivos da Igreja Católica.

O filme em preto e branco, é uma produção francesa, ganhadora do Oscar de melhor filme estrangeiro de 1937, que conta a vida desse padre e sua relevante contribuição para a humanidade.

Destacam-se no filme, as locações, o cenário e o figurino, considerando-se os padrões da época.

No papel principal está o ator Pierre Fresnay numa atuação irrepreensível. Ele consegue trasmitir a figura do “santo”, ou seja, uma pessoa iluminada por Deus, que se dedicou aos pobres e principalmente aos enfermos e aos órfãos.

São Vicente de Paulo era atormendo pela sua profunda angústia ao testemunhar o sofrimento dos necessitados. Em determinado momento do filme, Monsieur Vicente se hospeda numa pensão que mais parece um “cortiço” e já na primeira noite ele ouve os dramas comuns de seus moradores: um homem bêbado chega em casa e bate na mulher; o marido briga com a esposa e acabam se acertando “na cama”, mas para tanto, deixam os quatro filhos dormindo no lado de fora do quarto; uma mulher grita a noite inteira de dor, e outra fica aos berros na plenitude de sua loucura.

No dia seguinte, ele procura um amigo padre que se tornará seu seguidor e resolve fazer algo que efetivamente possa ajudar os pobres e os necessitados em grande escala, dizendo a famosa frase: “antes de pensar em salvar a alma deles, deve-se dar aos miseráveis uma vida pela qual fiquem sabendo que estão vivos

A partir daí São Vicente de Paulo cria a instituição do orfanato para as crianças abandonadas (que posteriormente é difundida por toda a Europa e mais tarde ao mundo inteiro), bem como, hospitais para receber os enfermos pobres.

Num apelo que o padre Vicente fez durante um sermão, nasce o movimento das Senhoras Damas da Caridade (Confraria da Caridade). Mais tarde, foi criada a Confraria das Irmãs da Caridade, atuais Filhas da Caridade. Esta passagem é retratada pelo filme e nos faz ter a noção de como o trabalho voluntário nasceu.

É um filme que revela que muitos dos problemas e dos sofrimentos dos pobres dos séculos 16 e 17, são os mesmos dos dias de hoje. A diferença é que não temos São Vicente de Paulo entre nós.